segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Minha vida ali, ó...

O filme que é meu filme. Tô passada. Assisti nesta madrugada o filme Broken English, 2007, Zoe Cassavettes e fiquei totalmente chocada pois, se pudessemos ter um filme autobiografico nessa vida, certamente este seria o meu, pelo menos dessa minha época de vida (se que pode se chamar de vida..rs).

Se prepara que o post é grande, se tiver com preguiça, já pode parar por aqui.. hehe (Contém spoilers particulares!!!).

Li no IMDb um comentário que começava com "Duh!.." e ignorei porque, certamente, este filme é feito para pessoas que já passaram ou passam por isso hoje em dia. Fui olhar a idade da diretora/escritora do filme, bingo, 37 anos (2 a mais que eu) e percebi que ela deve ter escrito o filme de próprio punho e conhecimento!! Tenho certeza que ela ja deve ter passado por tudo aquilo... eu passo.


Vamos por partes como diria o Jack! Primeiramente, fiquei deprimida MESMO depois de assistir o filme... tava bem, dormi bem, mas
acordei mal... refleti sobre as situações tipo... a personagem de Parker Posey saindo com um ator (detalhe do filme e que não importa se ele era ator ou pedreiro, somente a coincidÊncia) que depois se descobre que é "ajuntado" com alguém...caraca, já ocorreu comigo e foi bem triste! (Sorte que não foi pela tv.. hehe). Outra situação... eu pensar (e acreditar!) que não sou interessante como pessoas, apenas sexualmente (é clichê até!)... outra situação? fácil... achar que está fazendo errado, que a culpa só pode ser minha, do porque ninguém se interessar por mim por ser inteligente e ter certos conhecimentos e bla bla bla... quer mais uma? a indignação dela quanto aos outros relacionamentos que ninguém dá valor, tipo, as pessoas se relacionam para não estarem sozinhas!!! eu não sou assim, ela não é assim, procuramos magia! (entende né?) xa ver... tem mais... ah sim, sempre ouvir promessas (vou te ligar, nós vamos isso, vamos aquilo, eu vou... pior coisa, promessa não paga, faz um rombo no peito principalmente quando não se há uma explicação - tudo que eu falo, eu cumpro doa a quem doer), ouvir que "você é tão linda e ainda sozinha?" bla bla bla + bla... e no minuto seguinte, após esta frase, o cidadão já estar de costas... outra... pensamentos que sempre surgem "estou envelhecendo"... tem sua lógica, se os míseros minutos de carinho que se tem devem-se à aparência, dai vem a nóia da beleza versus velhice, se eu só tenho essas migalhas agora enquanto sou bonita, o que terei quando for velha???

Certamente a Zoe passou por isso tudo e acho que muitas e muitas mulheres na minha faixa de
idade passam também. Obviamente há várias coisas que diferem entre eu e a personagem... entre elas: eu me amo e me adoro (rsrsrs), eu me respeito há vários meses e não me submeto mais a sexo gratuito e empobrecido para tentar ser amada (graças ao filme Princesas,2005 que tocou fundo!) e não tenho medo de arriscar, de pirar,de mudar... se for pra ir pra Turquia EU VOU!!!!! Tudo em nome do viver a vida e não deixar nada passar... o tempo passa rápido demais! Tô triste mas tô bem. Bem, quem chegou até aqui, não se assuste, apenas compartilhei um pouquinho da minha auto-comiseração indignada com você... não estou sendo sexista... nenhum dos gêneros sexuais tem culpa.. somos resultado de uma sociedade alienada e louca... hoje sim, estou bem deprimida e triste por assistir um pedacinho da minha vida ali, tão bem retratada pela Zoe Cassavettes mas passa, sempre passa, e amanhã já estarei de pé novamente sendo mais eu e sendo sempre verdadeira. Esperando que os malditos desencontros passem e que eu tenha pelo menos uma chance de mostrar quem eu sou de verdade para alguém que queira me conhecer de verdade.
É isso ai.

LINKs IMDb
PS.: Sorte que 99% de voces não me conhecem.. rs rs rs