terça-feira, 18 de março de 2008

Mondovino...

Grande... graaaaaaande Jonathan Nossiter.
Cidadão do mundo casado com uma brasileira e adorador de um bom vinho decidiu fazer um documentário sobre o mundo do vinho e, pasme, ele consegue fazer todo um levantamento histórico não só do vinho em si, mas da humanidade.
No início, ele deixa falar (leia bem DEIXA FALAR) vários entrevistados: antigos fabricantes de vinho e seus familiares os quais descrevem o vinho de forma humana, isto é, o vinho é alto, grande, forte, fraco, mole e assim por diante... expressam sentimentos e sensações neste relacionamento com o vinho...
é lindo! O vinho muitas vezes é a personificação do produtor, magnífico e magico.
Conforme o documentário vai se desenrolando... a doença "capitalismo" vai se infiltrando no mundo do vinho e tudo passa a ser impessoal e apenas imagem... e o que era um meio de união entre as pessoas, passa a ser apenas uma imagem (odor de frutas, amadeirado, rico... etc) e deixa de ser um elo entre os humanos mas uma forma de diminuir e depreciar... tipo, eu sou enólogo, sei de tudo e vc, nada (como duas personagens BEM REAIS do documentário). Um tal Mondavi, mais um dos americanosloucospordinheiro e que fazem de conta q são humildes delira em fazer vinho em Marte... a mulher dele se gaba em dar "bonés, camisetas e quinquilharias" para os mexicanos que eles conhecem "por nome"... compram grandes propriedades desbancando os pequenos produtores contando com o marketing massivo e ignorância das pessoas (sim, sim, estas que acreditam que apenas uma parcela da sociedade tem "cultura" ignorando que o ser humano é um ser (multi)cultural... já dizia minha professora de antropologia").

Bem, assistam... adoro um bom vinho e sou plenamente ignorante com relação ao assunto pois, como pode-se entender, o que temos agora, são vinhos "mexidos" que têm como objetivo subir rapidamente e sumir sem deixar vestígios afinal, não é isso que a sociedade quer? tudo rapido, tudo corrido, tudo para agora... já!

Os bons vinhos (penso eu, ainda dentro da minha ignorância) não temos acesso pois estes sim, permanecem, nos engrandecem e nos ensinam lições de humanidade.
Um trecho do documentário...




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