segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Espião entre dedos


Ser amado é embaraçoso.
A fuga é o lugar vulgar
por trás das mãos
espalmadas no rosto barbudo.

Vou dormir num
travesseiro de vermes
que se interessam,
visceralmente,
por mim ainda que
cabelos e unhas cresçam,
desordenadamente,
em ritmo de eternidade.

Ao final
- desconstruindo -
presente ainda estarão,
rastejantes entre os
resquícios carbônicos,
meus bravos e fiéis amantes
derradeiros.

O ser amado é embaraçoso.

14/04/08 01:25am




Tinha esquecido desta poesia. Aliás, nem me lembro das minhas poesias. Provavelmente porque reverberam forte quando as releio pois nunca são passado, sempre são presente e escuras promessas de futuro. Não dá pra negar e não aceitar os fatos.

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